quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Anoiteceu

O frio de tão congelado tornou-se quente. Uma noite agressiva e pesada. Tudo ficou escuro, talvez escuro demais. A lua sumiu e não havia estrela alguma no céu. O barulho silencioso da chuva me deprimia. Lembrei de um tempo.
Comecei a sentir uma dor forte, forte demais, confesso. É uma dor interna, vem do mais profundo âmago. Já tive essa sensação outras vezes e tenho medo de senti-la. Assim que dá seu primeiro sinal fecho os olhos para evitar as lágrimas. Às vezes, essa dor me aproxima da lembrança, outras vezes me faz sentir amor extremo e na pior das hipóteses me dá impressão de perda eterna.
Como Chamar essa “coisa” que sinto em meu peito? Como? Enquanto tento decifrá-la, ela me consome.
Chove forte, muito forte. Continuo parada, sentindo essa coisa estranha, Sinto também as gotas d’água passeando em mim. Agora, as minhas lágrimas se confundem com a água da chuva...
Por qual nome chamar essa dor? Dor que maltrata silenciosa e sufocante. Poderia chamá-la de amor adormecido. Mas, por sua tamanha maldade de outro nome a batizei, vou chamá-la de saudade.

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